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Rotas de Tinguá: um passeio histórico e ecológico pelas belezas de um dos bairros mais importantes de Nova Iguaçu

Postada em 10/07/2022 às 18:09:33
Rotas de Tinguá: um passeio histórico e ecológico pelas belezas de um dos bairros mais importantes de Nova Iguaçu
Fazenda São Bernardino é o ponto de partida do passeio no bairro histórico de Nova Iguaçu. Foto: Raphael Guimarães / Site da Baixada.

Tinguá é um bairro de Nova Iguaçu, maior cidade em extensão da Baixada Fluminense. O município foi criado no dia 15 de janeiro de 1833 e tinha como maior característica o fato de ser uma importante rota comercial, principalmente a partir de 1822, durante o Ciclo do Café.

O escoamento da produção passava pela Estrada Real do Comércio, em Tinguá.



No século XX, a atividade econômica primordial de Nova Iguaçu passou a ser o cultivo de laranjas, dando a cidade o apelido de "Cidade Perfume" devido ao aroma da fruta. Com a produção voltada para a laranja, o bairro fértil de Tinguá passou a produzir gêneros de subsistência para a população, sobretudo o aipim. A produção deu origem a Festa do Aipim. De acordo com a prefeitura de Nova Iguaçu, em 2019, último ano da realização da festa, 30 mil pessoas estiveram presentes e sete toneladas de aipim foram consumidos em Tinguá.

Do centro de Nova Iguaçu, a principal rota para se chegar em Tinguá é por meio da Estrada Zumbi dos Palmares, também conhecida como Estrada Federal de Tinguá ou RJ-111. A estrada apresenta construções históricas ao longo do caminho. Uma delas é a Fazenda São Bernardino.

A fazenda foi construída no estilo neoclássico em 1875 e tombada como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1951. Contava com Casa Grande, senzala e engenhos para cana-de-açúcar e, é claro, aipim. Em 1976, a propriedade foi abandona e passou a sofrer uma série de saques. Na década de 80, a Fazenda São Bernardinho sofreu um incêndio, destruindo quase toda sua estrutura.


Continuando o passeio pela da Estrada Zumbi dos Palmares é possível visitar mais monumentos históricos, como Conjunto Urbano da Extinta Vila de Iguaçu, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) em 1978. O conjunto conta com o Porto da Vila de Iguassu (grafia da época), a Torre da Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassu e os cemitérios Nossa Senhora do Rosário e dos Escravos.

O Porto, que fica as margens do Rio Iguassu, conectava-se com a Estrada Real do Comércio, sendo assim, um importante ponto para o escoamento agrícola da área, além do ouro de Minas Gerais e Goiás. A Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassu era o polo religioso da região e era bastante movimentada devido à circulação de pessoas para produção e escoação agrícola. Hoje, apenas restam as ruínas da Torre Sineira. O Cemitério Nossa Senhora do Rosário era destinado aos nobres e ricos da região, enquanto no Cemitério dos Escravos aconteciam os sepultamentos da população escravizada.


Contudo, talvez a atração mais movimentada de Tinguá seja as belezas naturais da Reserva Biológica (Rebio) do Tinguá. Criada em 1989 pelo Governo Federal e considerada Patrimônio Mundial Natural pela Unesco em 1999, a Rebio conta com mais de 25 hectares, fazendo do local uma das maiores áreas de proteção da Mata Atlântica. A Rebio do Tinguá está presente em quatro cidades, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira, e com zona de amortecimento também em outras duas cidades, Queimados e Japeri, sendo que mais da metade de sua extensão está em Nova Iguaçu.

No caso da Rebio em Nova Iguaçu, a zona de amortecimento do local é protegida pela Área de Proteção Ambiental (APA) Tinguá e uma das principais rotas de acesso é pelo bairro homônimo. O espaço conta com cachoeiras, trilhas e diversas espécies arbóreas, de mamíferos, aves e peixes. Muitas das quedas d'águas do bairro encontram-se em propriedades particulares, que são transformadas em sítios. Por isso, é comum o trânsito de iguaçuanos para os sítios de Tinguá no verão.

Mas a natureza é gratuita, sendo possível aproveitar o verde das trilhas e algumas cachoeiras sem pagar nada.

Agradecimento ao mestre em educação agrícola Clodoaldo do Sacramento pela entrevista que ajudou na produção desta reportagem.

 

Fonte: sitedabaixada.com.br

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