Queridinho da vez no mercado imobiliário, o garden roubou a preferência das coberturas como sonho de consumo e se consolidou como a primeira unidade vendida nos lançamentos da cidade. Entre o céu e o pé no chão, o carioca tem preferido o imóvel com jeito e estrutura de casa e segurança de apartamento. A tal ponto que já tem incorporadora inovando nesse segmento.
- No lançamento do PB 50, em Botafogo, conseguimos fazer um garden duplo. Uma parte da área aberta fica ao lado da sala, e a outra funciona como uma extensão da suíte do casal - conta o gestor do Brix Fundo de Investimento Imobiliário, Rafael de Carvalho Ramos.
O apartamento do Garden duplo tem cem metros quatros quadrados e dois quartos. O prédio, com 14 unidades, conta com outros dois gardens. Desde a compra do terreno, a equipe do Brix buscou viabilizar a maior área aberta possível, já que o mercado está fervendo para esse tipo de imóvel.
- Desde a concepção do projeto pensamos que o garden duplo seria um diferencial. Então, trabalhamos com a proposta de aproveitar a maior extensão longitudinal possível - conta o gestor.
A coordenadora de projetos da Mozak, Clarissa Grinstein, lembra que na disputa entre a cobertura e o garden há bons motivos para se preferir um ou outro, mas que os térreos levam vantagem em um aspecto:
- Raramente, você encontra uma cobertura linear que seja o sonho máximo de consumo das pessoas. Então, entre uma cobertura duplex e um Garden linear, as pessoas optam pelo imóvel sem escadas.
Nos lançamentos da Mozak, os gardens firmaram-se como os primeiros imóveis vendidos, ainda mais porque eles não ficam, necessariamente, no nível da rua. A incorporadora tem dez empreendimentos no mercado com a oferta dessas unidades.
- Antigamente, havia muito preconceito com esse tipo de apartamento, mas a necessidade de mais espaço fez o comprador entender que é uma ótima opção. E a maioria dessas unidades não fica no nível e nem tem saída direta para a rua. Você conta com a segurança de um edifício, morando em uma casa.
Qualidade de vida
Na avaliação de Marco Adnet, sócio da Konek Gestora Imobiliária, a busca pelo garden está diretamente relacionada à necessidade de ter melhor qualidade de vida. Ele lembra que, até 2020, um prédio era, em geral, vendido a partir da unidade mais barata para a mais cara.
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- Era muito difícil vender uma cobertura. Na maioria das vezes, só no habitese. Com o garden, esse processo foi invertido. É um imóvel que pode sair até 40% mais caro, já que tem uma área maior, mas todo mundo quer comprar.
Segundo Adnet, o Garden resolve o velho dilema dos consumidores, já que é mais barato que a cobertura e pode ter uma infraestrutura de lazer, como piscina, churrasqueira e quintal. Isso conta muitos pontos na Zona Sul, em que há poucos condomínios com serviços de clube.
- Há uma diferença entre querer e poder morar em uma casa, que, por diversos fatores, é sempre um imóvel mais caro. O garden tornou-se uma boa opção para quem quer mais espaço e não tem dinheiro para uma casa.
Ao que tudo indica, o "crush" imobiliário do momento permite até realizar desejos bem inusitados. Em um de seus gardens, a Inti Incorporadora, que tem 13 empreendimentos na Zona Sul, dos quais dez com esse tipo de apartamento, montou uma parede de escalada, aproveitando o muro dos fundos do imóvel.
- Os compradores querem realizar seus sonhos. Fizemos uma churrasqueira a carvão que nos obrigou a construir uma chaminé até o telhado, para a fumaça não incomodar os vizinhos - conta o presidente da incorporadora, André Kieffer.
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Em geral, a área livre dos garden da Inti ou fica voltada para a sala ou para a suíte principal. E, aí, cabe aos clientes usar a imaginação para ocupar esse cantinho com jeito de casa de campo.
Além da piscina, hidromassagem e ofurô estão na ordem do dia. No quesito cozinha gourmet, os pedidos incluem churrasqueira, forno de pizza e cooktop.
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